Quando falamos sobre tecnologia da carne, cada vez mais nos deparamos com os esforços voltados para a redução do desperdício da indústria, através de melhorias das técnicas já empregadas atualmente.
Dentre várias técnicas de resfriamento de carcaças, a utilização de ventiladores eletrônicos (EC) nos evaporadores no Brasil. Apesar de não ser uma novidade, ainda sofre muita resistência quanto ao seu uso, comparado com os países desenvolvidos que participam ativamente na produção de carne mundial. Concluímos que há dois principais motivos quanto ao seu uso restrito somente grandes empresas do setor frigorífico:
1) Alto custo de aquisição – Trata-se de um produto fabricado na Europa, que em alguns casos pode custar o dobro do preço de um ventilador comum de rotor externo (AC)
2) Capacitação técnica – Em muitos casos o conhecimento fica concentrado nas empresas que projetam o sistema de refrigeração. Operadores de casa de máquinas, compradores, setor da qualidade necessitam conhecer os benefícios que a tecnologia proporciona. O temor de não existir suporte técnica, peças de reposição ou logística facilitada, causa dúvida na hora de avaliar ou optar por sistemas convencionais.
BENEFÍCIOS
1) Com o controle de velocidade do ar nos evaporadores, é possível reduzir a “quebra” de carcaças (bovinas, suínas, etc), podendo atingir números de até 1%, dependendo do sistema escolhido. Sabemos que dificilmente com velocidade fixa nos evaporadores, a quebra de carcaças não será menor que 2%.
2) Redução de consumo energético, o sistema “on/off” não ocorre, podendo em muitos casos obter uma redução direta de 60% em relação ao sistema convencional. Além do mais, há outras reduções de consumo indiretamente: Condensadores a ar / adiabático, torres de resfriamento, compressores, etc.
Gráfico comparando o consumo energético x a vazão de ar (ventilador AC x EC)
EXEMPLO:
CARNE BOVINA (2.000 abate/dia) – peso médio da carcaça de 250 kg —- total de 500.000 kg/dia
Quebra de carcaças de 2% (sistema de ventilação com velocidade fixa) = 10.000 kg/dia
Tomando como base de R$ 5,00 de desperdício/kg = R$ 50.000/dia
Desperdício/mês = R$ 1.100.000,00
Se aplicarmos a técnica correta de resfriamento de carcaças com , na pior das hipóteses tivéssemos uma redução de apenas 0,5% , a redução de desperdício mensal seria de R$ 275.000,00 .
Portanto, um projeto global bem dedicado à solução específica de cada cliente agrega um resultado contundente. Esperamos que novas tecnologias sejam disseminadas cada vez mais na nossa cadeia do frio, pois temos o papel fundamental de expor as soluções já consagradas em nosso alcance.
Gallant – Soluções para o seu Negócio – www.gallant.vc
Autor: Everton Diehl – Tecnólogo em Refrigeração / Dpto. Projetos e Pós Vendas – Grupo Infoar – Gallant Câmaras Frigoríficas
